Em 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, para conscientizar sobre o anticapacitismo

Em 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data marca a conscientização da luta anticapacitismo, ou seja, o combate ao preconceito e à discriminação contra pessoas com deficiência. As lesões na coluna são uma das principais causas de deficiência física motora no mundo.

Pode ser considerada uma deficiência física motora todas as condições que façam com que as pessoas tenham dificuldades ou estejam impossibilitadas de realizar algum movimento específico. O neurocirurgião especialista em coluna Túlio Rocha esclarece que as lesões na medula espinhal geralmente resultam de acidentes com veículos a motor, quedas, agressões, esforço excessivo, má postura e lesões provocadas por esportes.

O neurocirurgião destaca que as lesões na coluna podem causar traumas aos ossos, discos, ligamentos, músculos e nervos e trazer perdas e limitações. “Qualquer dano às estruturas da coluna pode resultar em limitações, como a perda da agilidade ou mesmo impedir definitivamente a movimentação dos membros”.

Várias deficiências físicas e motoras, assim como problemas neurológicos, podem ser resultado de lesões na coluna vertebral, dependendo da localização e da gravidade do trauma. “Lesões na região cervical da coluna podem causar paralisia nos membros superiores, inferiores ou em ambos, enquanto lesões na região torácica ou lombar geralmente afetam apenas os membros inferiores”, informa o neurocirurgião.

Túlio Rocha acrescenta que as lesões também podem causar alterações na sensibilidade, podem levar a perda de sensibilidade ou formigamento nas áreas abaixo da lesão, afetando a capacidade de sentir toque, dor ou temperatura e dificuldades motoras, acarretando problemas de coordenação e controle motor, dificultando a movimentação e a execução de atividades diárias.

As lesões na coluna podem ainda causar disfunções esfincterianas, que afetam os nervos que controlam a bexiga e os intestinos, resultando em incontinência urinária ou fecal. E também dor crônica, que pode se manifestar ao longo da coluna ou irradiar para outras áreas do corpo e alterações no desempenho sexual, incluindo diminuição da libido ou dificuldade de função sexual.

Como prevenir lesões

Apesar de alguns casos de lesão na coluna acontecerem por consequência de acidentes, muitas fraturas e desgastes podem ser evitadas por meio da prevenção. O neurocirurgião Túlio Rocha recomenda atenção com a postura na rotina. “Correções simples na postura ao sentar, levantar ou trabalhar, podem evitar desgastes. Por isso, a dica é manter a coluna alinhada e evitar curvar-se ou inclinar-se de maneira inadequada”, orienta o médico.

O especialista ainda acrescenta que, na hora do trabalho, os ajustes de posição não devem ser feitos apenas no corpo. “Quando uma pessoa utiliza um computador por muito tempo é preciso se atentar a organização da interação entre máquina e homem. Isso significa que as correções de postura devem ser acompanhadas de ajustes na posição da tela e na altura da cadeira”, esclarece o neurocirurgião.

Túlio Rocha afirma que o estilo de vida também é determinante para a prevenção de lesões. “A prática regular de atividade física ajuda a manter a coluna saudável e previne o enfraquecimento muscular, com exercícios de fortalecimento dos músculos abdominais e lombares é possível aumentar o suporte e melhorar a postura da coluna”, explica o médico. Ele ainda destaca que o controle do peso corporal como outra forma de prevenção de lesões na coluna vertebral.

Tratamentos e acessibilidade

Segundo o neurocirurgião, os tratamentos adequados para lesões na coluna variam de acordo com o local afetado e o tipo de lesão. O médico explica que no caso de deslocamento de um disco invertebral, quando ocorre a chamada hérnia de disco, uma das lesões de coluna mais frequentes, o tratamento pode ser realizado com repouso, fisioterapia e remédios anti-inflamatórios.

“Já no caso de uma lesão na medula espinhal, quando ocorre prejuízo na comunicação entre cérebro e corpo, o paciente pode ficar paraplegico ou mesmo tetraplégico”, explica Túlio Rocha. O médico afirma que para tratar as alterações, que podem ser recuperadas em alguns casos, e se readaptar às atividades diárias, a pessoa com paraplegia ou tetraplegia deverá ser acompanhada não só pelo neurologista, mas também por uma equipe multidisciplinar.

“A união do especialista em coluna com o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional e profissionais da área da saúde mental é a composição de tratamento mais indicada, pois a perda das capacidades físicas também pode deixar a pessoa mais vulnerável ao surgimento de alterações na autoestima e depressão”, destaca o neurocirurgião.

Ele ainda acrescenta a importância da sociedade no tratamento e na manutenção da qualidade de vida de pessoas com deficiência. “Todos podem contribuir na luta dos PCDs, basta não se conformar com a falta de acessibilidade e somar forças para que haja uma abertura real de oportunidades de trabalho, estudo e lazer”, declara o médico.